quarta-feira, 18 de junho de 2014

RECICLANDO A PRÓPRIA EXISTÊNCIA

série EMPÍRICA MENTE


Átomo - image by Google
E enfim, tudo é matéria. Tudo é energia. E tudo se recicla num ciclo sem fim.

No entanto, não sou daqueles que afirma que “somos apenas poeira cósmica”. Não, nós não somos. Alguns otimizam a maneira de pensar e agir, de ser e sentir, e vão além daquilo a que foram destinados, enquanto outros sequer conseguem atingir uma mera condição de poeira.

E que a energia cósmica nos abençoe e proteja, pois dela sacio minha fome e para ela serei, futuramente, alimento.

Se estou, com isso, negando a existência de Deus? Sim e não.
Antes de qualquer coisa, preciso saber de qual deus estamos falando. Existem vários e para todos os gostos, pois hoje virou moda cada um ter o seu ou inventar um que vá na direção oposta do outro.

Ah! Você fala daquele ser onipresente e onipotente, divindade das divindades, que tudo vê e tudo castiga ou premia? Daquele que sempre existiu mas que jamais se apresentou formalmente? Daquele que por mais que se tente, jamais se consegue tocar? Bom, se é desse que estamos falando, sim, eu nego a existência.

Mas se estamos falando daquele que vive aqui, pertinho, brilhando no respingo de orvalho, e que mais tarde evaporará para compor novamente o ar que respiramos, ou daquele que está presente nos elementos químicos que fazem o sol queimar e, por consequência, brilhar e aquecer esse mundo todo, ou ainda daquele que brota da fotossíntese das plantas, desse eu não nego a existência.

Quem sabe eu tenha demorado demais para permitir que minha mente acalmasse com as perguntas e, simplesmente, aceitasse os sinais do universo. A energia que toca a pele de cada um é exatamente a mesma que move cada verme que consumirá um ser após sua morte para, com isso, reverter aquilo que se pensa “morto” em energia novamente. Enfim, tudo é reaproveitado, até a baforada de gás carbônico que expelimos após o ato da respiração. Somos reciclados para proporcionar energia a tantas outras formas existentes neste mundo.

infinito - image by Google
Se eu acredito em reencarnação? É claro que sim. Acabei de descrever justamente isso no parágrafo acima. Sempre que a natureza retoma sua propriedade sobre cada um de nós, ela tece seus protocolos e reenvia nossa energia para as matas, para os rios, para o solo. Literalmente, viramos esterco. E nem pense em torcer o nariz para tal coisa. Caso você não tenha percebido, seu próprio corpo já é “material reciclado”. Ou de onde você acha que veio toda a matéria que te compõe? Ela vem do alimento que você consome, da água que você bebe, do ar que você respira. E a maioria dessas coisas vem da terra, que foi adubada com folhas mortas, ou animais, que em decomposição, servem de alimento justamente para aquilo que vai te alimentar. Ou até que alimentaram sua mãe para, com essa energia, poder gerar seus óvulos.

“Do pó viemos, e para o pó retornaremos”. É. Posso até aceitar tal dito, mas prefiro pensar que um UM DIA FOMOS ENERGIA E, BREVEMENTE, VOLTAREMOS A SER.

E já que é assim, então que se preserve melhor aquilo que nos gerou, alimentou e que, num futuro próximo, nos reciclará para que possamos renascer, seja lá na forma que for. Quase uma “reencarnação”. Não concorda?




Marcio Rutes



Leia a primeira parte em

ENTRE CRENÇAS E CALACEIOS




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2 comentários:

  1. Pra começar, eu preciso aplaudir esse que não sei denominar se foi ensaio, crônica, insight, inspiração, tese ou qualquer outra coisa, mas com certeza, qualquer coisa não foi!

    De uma forma brilhante e bem peculiar sua, você abordou assuntos que sempre geraram conflitos como religião, crenças, cultura e etc... sem fazer disso, um campo de batalhas. Você expôs, de forma neutra e de fantástica defesa, o seu lado também.

    É sempre o que digo:
    — onde está Deus, na verdade? Eu falo Deus, mas me refiro a qualquer outro nome que isso tenha. Manifestação, fé, crença, filosofia, qualquer nome.

    Não podemos nos podar com tolices egocêntricas acreditando que a nossa verdade é a 'única salvação' porque se pensarmos assim, já estaremos perdidos!

    Cada um, tem o seu direito de crença, seja ela o 'absurdo' que for para olhos alheios e até para ele mesmo. Não importa. O bonito de se ver é a manifestação democrática também nas opiniões, nas crenças, na fé. E principalmente a crença na natureza. Não é preciso ter religião para acreditar em algo. Até o não acreditar é acreditar. É uma escolha, uma crença depositada vamos dizer assim, na 'criatura'.

    Mas, se somos criaturas e somos também criadores. O que somos, afinal? será que precisamos ser algo isolado de todo o resto para ocuparmos (mais) um lugar além de nós mesmos? Não, né?!

    Sem dúvida que somos e estamos interligados a tudo nesse planeta e não é bobagem dizer que fora dele, também.

    O universo inteiro é um grande 'ovo mexido' rsrs.

    Tudo na vida se transforma, desde a biologia e toda a fisiologia até mesmo um conceito mais espiritualizado como visões, paradigmas e habilidades que vamos aprimorando e até abandonando para a melhoria de outros. A própria natureza tem seus artifícios pra se manter intacta, ainda que arranhada, pra se manter viva, ainda que esteja na sua maior hostilidade.

    Tão verdadeiro é o trecho de uma música interpretada por Marisa Monte: ♫ "chuva também é água do mar lavada no céu"♫.

    Será que eu desenho? rs

    Tudo que nos compõe veio de algum lugar e irá pra algum lugar, independente da proximidade em que a transformação aconteça, ou não.
    As distâncias, na verdade, não são empecilhos pra nada que queira se transformar em proximidade, em si mesmo e também no outro.

    Somos o outro e o outro também está em nós. Num ar que ele expirou, no alimento que consumimos e que somos consumidos, posteriormente.

    Somos desde um grão de areia a uma nuvem sem destino.
    Somos energia, água, ar, fogo, terra. Somos matéria-prima e dela somos 'irmãos'. Somos tudo que o mundo preenche e também o vácuo. É muita prepotência acharmos que o universo inteiro só se renderia aos nossos caprichos e que, sermos os únicos a ocupa-lo de forma "vip" seria mesmo muito desperdício de espaço.

    (continua)

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  2. (continuação)

    Eu adorei essa parte em que você atribui a essa 'metamorfose', o sentido de reencarnação. Não havia pensado por esse lado, utilizando esse tipo de conceito.

    E quer saber, a sua verdade também está certa! Ocupamos um corpo e num dado estágio, ocupamos outro. Ou, o quê se tornarão todas as reações químicas existentes e ebulitivas a todo instante, se não a de transformar?

    Veja bem: ocupamos um corpo generalizado chamado planeta e também somos ocupados ou, onde moram nossas bactérias, microorganismos patogênicos ou não, senão num universo só deles, chamado corpo, humano ou outro tipo de ser? Oferecemos estadia, permanente e não, dependendo do hóspede.

    O nosso próprio corpo se renova e se reconstrói a partir da sua auto destruição. Da reabsorção celular e da decomposição de elementos, também de outros, para formar os seus.

    E dessa teia magnífica, onde todo o macrocosmo é entalhado no microcosmo: elétrons, prótons e neutros que constituem os átomos, que agrupados constituem moléculas, que por sua vez as substâncias/matéria, que constituem as células, que por sua vez geram tecidos, esses tecidos com funções semelhantes constituem os órgãos, os órgãos formam os sistemas, os sistemas o corpo humano/qualquer indivíduo - famílias - comunidades- populações - bairros-cidades-paises-continentes-planeta-sistemas solares e entre outros.... e porque não, o próprio vácuo do universo?

    Tudo se interliga por uma semelhança, por sintonia, por programação. Por propagação.

    Tudo está minuciosamente tecido, mesmo que os pontos sejam diferentes.
    No final, somos mesmo é uma gigantesca colcha de retalhos. Se é que existe um final.

    Porque inanimados, ou não, seremos sempre recicláveis. Assim como o copo plástico que já fomos um dia.

    ❝Nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma ❞ ― Lavoisier.

    Showwwwww Marcio! Putssssssssss!
    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    Te amoooo
    Samara Bassi.

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