segunda-feira, 4 de novembro de 2013

PRA FLUTUAR QUALQUER DOCE NO CÉU DA BOCA.

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Tive pressa em aprender 
que não precisava ter pressa na vida.
Compressas de beijo, ensejo desejado,
almejado em um peito macio 
e acolhedor de minha dor.
Dor?
Dor de saudade, 
dessas que não se cura com a idade,
nem com a secura 
ou seguridade da claridade.

Doce bom é aquele 
que derrama no canto da boca,
ou que respinga no arrepiado da coxa.
Uma visão do céu.
E se desse véu se vê o amarelado das nuvens,
é na penumbra de anis do quarto 
que vejo tua silhueta,
essa mesma que indo, 
rebola meus olhos que se atiçam em você,
te querendo lambuzar 
com meus sentimentos mais maliciosos,
diretamente em tua boca.

Doce bom é teu beijo. 
Não há tabuleiro que dê sabor igual.


Marcio Rutes


Estes versos foram deixados por mim em comentário ao texto "COM AÇÚCAR, COM AFETO", de Samara Bassi.
Por questões óbvias, sou suspeito para falar qualquer coisa dessa moça que me faz tão bem, ou de sua obra, que me faz viajar. Então, passa lá e dá uma olhadinha. Vale muito.

clique AQUI para conhecer o texto que me inspirou.



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2 comentários:

  1. Só pra começar: "PRA FLUTUAR QUALQUER DOCE NO CÉU DA BOCA."já chegou arrasando. Me trouxe uma sensação de leveza, de bala dançando dentro da boca, brincando, com outra boca, com outro beijo. O seu!

    "Tive pressa em aprender
    que não precisava ter pressa na vida.

    (...)

    Dor de saudade,
    dessas que não se cura com a idade,"

    Isso é tão lindo! Dessas certezas que a vida da gente, e só a vida da gente nos traz. Dos portos seguros por dentro de nós e nos abraços que nos tomam: lugares tão sagrados, secretos e intuitivos.

    A vida é um eterno saber e desaprender. É essa malícia açucarada no canto da boca, é esse leve de beijo com sabor amargo com doce, com paladar agridoce, com todo o poder de enfeitiçar.

    Dessas coisas todas, me encanto aqui em cada linha como fumaça que me fumega os pensamentos e me aquecem a língua, num breve gole de saudade.
    De aperto contra o peito, nosso jeito de misturar.

    É pimenta, é guaraná. É o que há.
    É o verso na ponta da língua, a pintura dissimulada do beijo, esse ar de te querer sem eixo, sem nexo, sem passo certo. De te querer no açúcar, o teu salgado gosto, à gosto.
    E eu, eu gosto. E sei que você também.

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    Te amooo
    Sam.

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  2. Inspirado e iluminado para tão bem descrever uma linda emoção.
    Bravo Marcio nesta linda construção.
    Abraços amigo.

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